sábado, 22 de janeiro de 2011

AO TEMPO O TEMPO


Se o teu lugar agora parece-te frio e sem atrativos,
Se não há ninguém agora que te inspire a falar ou a ouvir,
Se o vento lá fora parece não soprar a teu favor,
Se nenhuma palavra consegue agora tocar o teu coração,
Se não sentes vontade de nada, se queres
Simplesmente fazer nada,
Se as coisas da Terra parecem-te opacas e sem graça,
Se as coisas do Céu agora parecem-te mentiras, histórias inventadas,
Se teu corpo não quer exercícios, não quer esforços, só quer espreguiçar-se,
Se agora nada desperta a tua vontade de crescer, de ir adiante, de abraçar aventuras, desafios, novas metas, sonhos...
Se para tuas perguntas não chegam respostas,
Se olhas o relógio como a um inimigo cobrador,
DA UM TEMPO
O mar não espera pelo rio, no entanto o rio chega.
As árvores não anseiam por novas folhas, no entanto elas brotam.
As flores não imploram por chuvas, mas as chuvas - cedo ou tarde - caem.
Os pássaros não se preocupam com o céu, entretanto o céu lá está.
O dia não guarda ansiedade pelo descanso da noite e ainda assim ela chega.
A noite não se abala com a própria escuridão, repousando na certeza de que o dia vir
A semente precisa do escuro da terra abrir-se à luz na hora mais acertada.
Deus não apressa as sementes:
Ele as conhece e respeita-lhes o tempo.
Se neste momento és semente, sossega, respeita-te ... e dá um tempo.
(Silvia Schmidt  *Humancat* No livro; Encontros & Desencontros - direitos autorais  reservados – Copyright 1999).

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